Nyusi evoca alta dos preços de GNL no mercado internacional para convencer a TotalEnergies a regressar à Cabo Delgado

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A data do regresso da TotalEnergies ao seu projecto de gás natural na Bacia do Rovuma ainda é uma incógnita apesar das negociações com o Governo estarem a decorrer a um ritmo satisfatório. Nesta quarta-feira, 26 de Abril, o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, evocou o ambiente de  trabalho e alta de preços de Gás Natural Liquefeito (GNL) no mercado internacional para convencer a multinacional francesa a retomar o projecto que é considerado o maior investimento privado de sempre no continente africano.

Em de 2021, depois um ataque junto ao seu acampamento, a Total retirou todo seu pessoal do projecto Mozambique LNG em Afungi, tendo reiterado que só retomaria as actividades mediante ao restabelecimento da ordem e tranquilidade. Volvidos dois anos, o Governo, sobretudo as Pequenas e Medias Empresas, ainda anseiam pelo regresso da multinacional francesa.

Durante a abertura da XV Conferência e Exposição sobre Mineração e Energia que decorre sob o lema: “Utilizando os recursos naturais de Moçambique para um Desenvolvimento Económico Transformacional e Sustentável”, o Chefe de Estado apoiou-se na alta de preços de GNL no mercado internacional e o ambiente de trabalho favorável do território nacional para “seduzir” a Total a retomar o seu projecto na província de Cabo Delgado.

“É nossa expectativa que o desenvolvimento em terra do empreendimento Mozambique LNG cujo operador é a TotalEnergies volte a ser implementado com brevidade pôs urge aproveitar a janela de oportunidade de mercado com a alta de preços. E temos estado a trabalhar, a cooperação com Total é muito favorável. O ambiente de trabalho também contribui para que a qualquer momento possam retomar as actividade”, disse Nyusi.

Por outro lado, o Presidente da República destacou o crescimento de 8,8% do contributo da indústria extractiva no Produto Interno Bruto (PIB) na última década, uma vez que passou de 1.8%, em 2011, para perto de 10.6%, em 2022.

“Em Moçambique, a indústria extractiva conheceu um crescimento significativo, tendo passado de 1.8% do PIB em 2011, para perto de 10.6% em 2022. Esta subida em cerca de uma década reflecte um desenvolvimento do projecto de carvão de Moatize, dos empreendimentos de areias pesadas localizadas em Moma e Chibuto. Reflecte também o desenvolvimento de rubis e grafite na província de Cabo Delgado”, revelou o Chefe de Estado.

Refira-se que, ainda à margem da XV Conferência e Exposição sobre Mineração e Energia, Filipe Nyusi mostrou-se preocupado com o facto das multinacionais que operam no país transformarem os recursos que extraem intramuros no estrangeiro e convidou as mesmas para “começarem a pensar em transformar tudo aqui em Moçambique” com vista a empregar mais moçambicanos.

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