Desvende o enigma de “money game” (3)

OPINIÃO

Teodósio Camilo

Resultado destes condicionalismos do subconsciente, há concepções segundo as quais procurar alcançar a liberdade financeira é sinónimo de ser desonesto, ter pacto com diabo ou associar-se aos esquemas de corrupção e de crimes.  Observa-se outra fasquia que prega o Evangelho de Pobreza que considera que o dinheiro é a raiz de todo o mal! Outros defende que um individuo temente a Deus tem que ser pobre contrariamente ao homem rico que é do diabo.  Como se pode compreender, a cegueira mental torna o homem um aliado inquestionável da pobreza.

Estas percepções negativistas, o evangelho de mediocridade forjaram um termo que é comumente usado no dia-a-dia, uma espécie de eufemismo caricato e enganoso. Actualmente, quando alguém quer referir-se a uma pessoa ou família pobres ou carenciadas, usa a expressão pessoa ou família humilde. Estas expressões cegam nas pessoas para não se preocupar em melhorar a sua vida já são tratadas de humildes.

Existes pessoas ricas ou financeiramente livres humildes, bem também, pobres ou carenciadas orgulhosas. Usar o termo humilde no lugar de pobre ou carenciada, é uma filosofia enganosa, não há vontade de ver o outro a ascender na sua condição de pobreza.

É indubitável que dinheiro tem um lugar importante em nossas vidas. Discutir sobre matérias relacionada com finanças na família, igreja, comunidade, nas instituições públicas e privadas, na comunidade em geral, nas escolas é extremamente importante, estaríamos a inculcar informações, hábitos, cultura financeiramente positiva que servirão de base na vida adulta e que alicerçarão a forma de pensar sobre o dinheiro.

Razão pela qual, a maioria considera que falar sobre dinheiro é um mito, não deve fazer parte das conversas no seio da família, entre membros da família e muito menos da Igreja, salvo quando se trata de cobrar a décima parte e ofertas. Estes ficam com o sentimento de que as conversas sobre dinheiro são algo reservado à certas pessoas, deste modo desencoraja-se a criança que monstra interesse em pegar valores monetários ainda em tenra idade. Pelo contrário, o que se deve fazer é orientar a maneira correcta de administrar e aplicar para que não se torne consumista na vida adulta.

Nas famílias modernas moçambicanas, os país preocupam-se em dar mesadas, dinheiro de lanche para escola, mas poucas se preocupam em abordar aspectos financeira com seus filhos, no sentido de transmitir licções valiosas sobre Educação Financeira.

Contrariamente a estas posições, as conversas relacionada com a matéria financeira devem ser o “cardápio diário” das famílias, do dia-a-dia das pessoas, já é evidente o dinheiro acompanha a vida do homem e ocupa um lugar importante. Não temos como ignorar o seu contributo na organização das actividades da família, nas empresas, na economia doméstica e a do país.

A premissa deste artigo baseia-se na corrente da Psicologia Financeira que advoga que o sucesso financeiro tem menos a ver com a inteligência, mas sim muito a ver com o comportamento financeiro do indivíduo, a forma como pensa e age face à matéria financeira.

A tese é: o dinheiro não é bom e nem é mão. O dinheiro apenas tem o poder de activar os impulsos financeiros positivas ou negativas em uma pessoa, mesmo à pessoas bastante inteligentes, com nível superior, formado ou não na esfera financeira sofrem impactos quando se tem dinheiro. O dinheiro permite revelar quem a pessoa realmente é.

Um gênio em cálculos financeiros que não consegue controlar as suas emoções financeiras pode se tornar um desastre financeiro. O oposto também é possível. Pessoas comuns sem nenhuma formação financeira são capazes de conquistar riquezas desde que tenham uma meia dúzia de habilidades comportamentais pro-financeiras, habilidades essas que podem até não estar relacionadas com métodos formais de medição de inteligência.

Pode-se produzir uma lista infinita de pessoas com nível superior, domínio invejável de material financeira, conhecimentos sólidos sobre literacia financeira e que ocupam posições de destaque nas empresas e instituições financeira, mas a realidade é que muitas destas pessoas  têm diplomas para decretar falência de empresas. Alguns mal administram a sua própria vida financeira e têm dividas insustentáveis até ao pescoço. Tudo isto devido ao comportamento perante ao dinheiro. Continua

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