Na zona sul do país, em diversos pontos da província e cidade de Maputo, a população invade e faz a distribuição de terrenos supostamente pertencentes aos membros do partido FRELIMO. O caso deu-se nos bairros de Tsalala, Intaka, Khongolote, Zintava, Mapulango, Habel Jafar, Mincanhine nos Município da Matola e Marracuene.
A invasão de terrenos e quintas supostamente abandonados e pertencentes aos “camaradas” teve início nos primeiros dias de Janeiro de ano corrente, onde jovens e adultos marcam encontros para distribuir e parcelar os terrenos maioritariamente na dimensão de 15X30 (quinze por trinta).
Os moradores do bairro Tsalala, apontam a questão de segurança e carência de espaço razão pela pautam pela invasão e distribuição de terrenos.
“Aqui na zona passamos mal com este espaço principalmente de noite. Há bandidos que ficam escondidos nestes terrenos baldios e nos roubam telefones e violam as mulheres”, disse um dos moradores bairro.
João da Silva (nome fictício), reconheceu que é uma acção ilegal mas, justifica dizendo que “os terrenos são carros. O salario mínimo não dá para comprar terreno porque um terreno de pelo menos quinze por trinta está por aí 200 a 300 mil”, justificou.
No bairro de Zimpeto, concretamente em Mulumbela, a população reuniu-se logo nas primeiras horas de terça-feira (07.01), munidos de instrumentos de limpeza (catanas, enxadas…) e metros para divisão e parcelamento de espaço que há anos está baldio.
Os moradores dizem que o espaço por eles ocupado está há décadas sem ser usados o que consequentemente propicia para a criminalidade naquele ponto.
“Nós invadimos o espaço porque há mais de 20 anos não se faz nada. O dono não limpa e estamos a passar mal com malfeitores que nos assaltam a luz de dia e vão se esconder nessa mata”, disse um dos beneficiados.
Aliás, noutra intervenção há quem disse que a estrutura do bairro desde “chefe de quarteirão, secretário do bairro, e chefe de 10 casas estão” estão a par da situação e também “estão presentes na distribuição de terrenos”.
O conselho Municipal de Maputo, já reagiu a este caso. A entidade apontou acção levado a cabo pelos munícipes que esta acção “constitui um crime punível nos termos da legislação no termos em vigor”, por isso exortou denúncias locais ou municipais para aqueles que continuarem com esta acção.
Por sua vez, o Conselho Municipal a Cidade da Matola, através de uma nota de imprensa manifestou sua preocupação com está prática e garantiu responsabilização daqueles que ilegalmente ocuparam os talhões para além de pautar pelas “demolições e embargo” das obras (caso se instalem).
Enquanto isso o Conselho Municipal de Marracuene, apelou aos cidadãos para se “distanciarem destes actos e de compra ilícita de terra, pois criam desordem e perturbação no município”. Sublinhou igualmente que a promoção de planeamento e ordenamento de território são incumbências da “Vereação de Urbanização e infra-estruturas”.
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