Camaradas determinados a enterrar últimos vestígios do Nyusismo

POLÍTICA
  • IV sessão ordinária do Comité Central da Frelimo terá lugar entre 03 e 06 de Abril
  • Há cada vez mais apoio de camaradas à remodelação da Comissão Política

A Comissão Política da Frelimo anunciou, recentemente, que a IV Sessão Ordinária do Comité Central terá lugar entre 03 e 06 de Abril do ano em curso, na Escola do Partido, no Município da Matola, um encontro em que será eleito um novo secretariado e há cada vez mais vozes internas que apoiam a ideia de remodelação por completo da Comissão Política. Por outro lado, o partido no poder considera que os actos de vandalismo que acontecem em alguns pontos do país são tentativas de subversão da ordem democrática e comprometem a ordem social dos moçambicanos

Evidências

Na abertura da III Sessão Extraordinária do Comité Central do Partido Frelimo, que tinha em vista a eleição do novo Presidente do partido, do secretário-geral e membros do secretariado, Agostinho Mondlane propôs que a eleição de novos membros da Comissão Política também devia constar da agenda.

Entretanto, o último ponto de agenda, neste caso a eleição dos membros do secretariado, acabou sendo adiado para a sessão ordinária do partido de princípio, segundo Filipe Nyusi, estava prevista para Março.

A porta-voz da Frelimo, Ludmila Maguni, tornou público que a IV Sessão Ordinária do Comité Central terá lugar entre 03 e 06 de Abril do ano em curso. Contudo, não revelou a agenda da mesma.

Apesar de Maguni ter mantido a agenda da reunião magna no segredo dos deuses, tudo indica que será neste encontro que serão eleitos os novos membros da Comissão Política do Partido Frelimo. Membros entendem que é chegada a altura de se escangalhar os fantasmas do Nyusismo, para que Daniel Chapo possa ter plenos poderes e apoio total de uma comissão política moldada à sua imagem. A sua passagem pelo actual órgão, por inerência de funções, lhe permite conhecer bem os rostos que bloqueiam acções, impõem agendas e dificultam processos aparentemente simples.

Para além de marcar as datas para a realização do próximo Comité Central, o partido no poder reflectiu sobre a situação social do país e considerou as manifestações pós-eleitorais uma tentativa de subversão da ordem democrática.

“A Comissão Política considera que os actos de vandalismo que continuam a verificar-se em determinados pontos do país, afectando bens públicos e privados, são uma tentativa de subversão da ordem democrática com consequências que põem em causa a estabilidade económica e social”, declarou Ludmila Maguni

De acordo com Maguni, a Comissão Política da Frelimo pediu fim às destruições e vandalização no país face aos protestos em curso contra o elevado custo de vida nos principais centros urbanos do país.

“A Comissão Política repudia os actos de vandalismo perpetrados contra as sedes da FRELIMO, caracterizados pela queima dos seus bens e ameaças à integridade física dos seus membros e reitera que irá continuar a trabalhar junto das autoridades competentes para responsabilizar os indivíduos que praticam esses crimes”, declarou

Refira-se que este posicionamento da Comissão Política do partido no poder desde a proclamação da independência nacional surge volvidos alguns dias após o Presidente da República, por sinal presidente da Frelimo, ter dado a entender que o Governo já está a equacionar todas soluções possíveis, incluindo o que chamou de derramamento de sangue.

“Tal como estamos a combater o terrorismo e há jovens que estão a derramar o seu sangue, para a integridade territorial de Moçambique, para a soberania de Moçambique, para manter a nossa independência, aqui em Cabo Delgado; mesmo se for para jorrarmos sangue para defender esta pátria contra as manifestações, vamos jorrar sangue. Vamos combater o terrorismo, vamos combater os Namparamas e vamos combater as manifestações”

O discurso de Daniel Chapo foi alvo de críticas e ele viu-se obrigado a vir a terreno justificar que os seus pronunciamentos foram tirados do contexto para manipular a opinião pública.

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