Juventude moçambicana exige transparência e inclusão no Diálogo Nacional

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O Presidente do Parlamento Juvenil de Moçambique, David Fardo, defendeu esta quarta-feira que o Diálogo Nacional Inclusivo deve ser um espaço de reconstrução de confiança entre os jovens e as instituições públicas, e não um instrumento de divisão política. Fardo falava durante a apresentação do posicionamento conjunto de mais de 30 organizações juvenis moçambicanas, que apelam à participação efetiva da juventude em todas as fases do processo.

Segundo o líder do parlamento juvenil, o diálogo, criado na sequência das eleições gerais e provinciais de 2024, representa uma oportunidade histórica para reformar, reconciliar e consolidar a sociedade moçambicana.

Ademais, as organizações sublinham que, sendo o país maioritariamente jovem com cerca de 80% da população abaixo dos 35 anos , é fundamental que as suas aspirações sejam ouvidas e incorporadas nas decisões políticas.

Entre as principais recomendações apresentadas, destaca-se o alargamento do prazo das auscultações públicas em 30 dias, de modo a permitir maior participação dos jovens e de outros segmentos sociais.

As organizações pedem ainda maior disseminação de informações sobre o calendário e as atividades do processo, o uso de ferramentas digitais e tecnologias acessíveis para ampliar o alcance das consultas, e a inclusão de linguagem de sinais e línguas locais nas sessões de debate.

David Fardo reforçou que o diálogo deve ser “um espaço de consensos e não de polarização”, advertindo para o perigo da partidarização do processo. As organizações exigem igualmente imparcialidade e neutralidade por parte da Comissão Técnica do Diálogo Nacional Inclusivo (COTE), e sugerem que as atividades decorram em locais acessíveis e simbólicos, incluindo terminais de transporte e mercados que foram palco de protestos pós-eleitorais.

As organizações da sociedade civil sublinham ainda a importância de envolver figuras públicas, artistas e influenciadores digitais na mobilização da juventude.

“Convocamos a sociedade, especialmente os jovens, a apropriarem-se do processo do Diálogo Nacional Inclusivo, lembrando que todos somos parte integrante do desenvolvimento do país”.

Fardo concluiu o seu discurso com uma mensagem de unidade: “Não teremos outra pátria. O futuro de Moçambique depende da nossa capacidade de dialogar, incluir e construir juntos um país para todos.”

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