Paulo Guambe: Um herói das causas justas que vive em nós

OPINIÃO
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Por: Duclécio Chico

Nenhuma vida nos é tirada quando a pessoa vive em nós. Isso mostra que a existência vai para além da própria vida — e, talvez, esse seja o seu verdadeiro propósito: viver para deixar marcas. Foste embora, Paulo, por culpa de uns mas deixaste para nós o teu legado de luta. Causa Justa para os mais necessitados.

Talvez as minhas palavras não sejam claras o suficiente. Falar de ti ainda me causa medo, receio e desperta memórias intensas, mesmo tendo convivido contigo por pouco tempo. Como professor, ensinaste-nos muito, e nem sei se consegui absorver tudo o que tinhas para oferecer. Deixaste-nos, no entanto, a responsabilidade de fazer sempre mais e melhor.

Nosso herói, lembramos de ti pelos ensinamentos e pelas boas memórias que nos deixaste. Continuamos a seguir o teu exemplo em prol dos moçambicanos. Somos gratos pela pessoa heróica que foste e por inspirares em nós o desejo de sermos íntegros, solidários e firmes nas nossas convicções. Guardamos-te nas nossas memórias e nas actividades, projectos e acções que deste corpo e alma.

Passou um ano — 365 dias — desde o fatídico 18 de Outubro, mas a tua ausência ainda pesa. Recordamos-te no meio da turbulência, da qual nunca te escondeste. Sempre denunciaste, com coragem, tanto na imprensa como nas artes, o mau desempenho e a corrupção daqueles que destroem o país e fazem mal ao povo.

Lembro-me de uma das tuas frases mais fortes: “O corrupto deve morrer.”

Assustei-me na altura, mas a tua explicação fez-me compreender: “Quando se rouba os bens do Estado, quando se desviam medicamentos, quando não se dá comida, escola, habitação e dignidade ao povo, é uma forma de matar.”

Aí percebi que tinhas razão. Porque eras justo, íntegro e destemido nas tuas abordagens, os corruptos roubaram-te a vida — e tiraram-nos um Paulo de boas novas.

Recordo também a tua última chamada sobre o Projecto Ajuda. Senti-me honrado por confiares em mim para levar o projecto adiante. Lembro-me de irmos juntos falar com as famílias reassentadas em Magoanine — foste tu quem, do próprio bolso, garantiu que o projecto chegasse a quem precisava. Ajudaste mais de cinco famílias, sonhando que um dia elas alcançariam o auto-sustento através de iniciativas que ainda pretendemos concretizar.

O teu heroísmo estará sempre connosco. Foste sem volta, mas permanecerás eternamente vivo nas nossas memórias e no legado que deixaste.

Muito Obrigado  PAULO GUAMBE, NOSSO HERÓI DAS CAUSAS JUSTAS!

 

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