Desde Outubro de 2017 que algumas zonas da província de Cabo Delgado tem sido fustigadas pelos ataques dos insurgentes. As ofensivas dos jihadistas provocaram uma crise sem precedentes naquele ponto do país. Nesta quarta – feira, 09 de Junho, a Save The Children tornou público que mais de meia centena de crianças foram raptadas nos últimos 12 meses pelos terroristas na província de Cabo Delgado.
A maioria dos casos de rapto, segundo aquela Organização Não Governamental, tem raparigas como vítima. “A maioria raparigas, foram raptadas por grupos armados insurgentes na província nos últimos 12 meses”, sendo que “os números refletem apenas os casos reportados, estimando-se que o balanço real de raptos de crianças seja muito superior”, lê-se em comunicado.
O relatório da Save The Children baseou-se nos dados recolhidos pelo projecto de registo de conflitos ACLED, tendo destacado que “antes de 2020, não havia registo de assassínios ou raptos de crianças”
O director da Save Children em Moçambique, Chance Biggs mostrou-se preocupado com o sucedido e considerou que este é passo para a existência de crimes de guerra na província de Cabo Delgado.
“Raptar uma criança constitui uma das seis violações graves em tempos de conflito, como definido pelas Nações Unidas e pode ser um primeiro passo para a existência de crimes de guerra – a par do recrutamento forçado de crianças ou a violência sexual contra menores”.
Se por um lado, a Save The Children relata que 21 pessoas foram raptadas no ataque perpetrado pelos terroristas no dia 07 de Janeiro De 2020, sendo que seis das vítimas eram crianças. Por outro, aquela ONG detalha que a 09 de junho de 2020, 10 raparigas foram raptadas enquanto tiravam água de um poço.
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