AT propõe criação de cooperativas no sector agrário para reduzir inflação e índice de desemprego

POLÍTICA

A Autoridade Tributária de Moçambique (AT) propôs a organizações e associações, sobretudo do sector agrário e trabalhadores informais a organizarem-se em cooperativas, por forma contribuirem para a redução da inflação e do desemprego no país.

Teresa Simango

Moçambique possui um grande potencial no sector da agricultura, sendo que dados apontam que o sector familiar pouco tem contribuído para alavancar a economia nacional. Visando reverter o actual cenário, a Autoridade Tributária de Moçambique e a Sociedade de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional realizaram, na segunda-feira, 29 de Maio, uma conferência sobre o cooperativismo agrícola apontado.

À margem do evento que teve lugar na capital moçambicana, Augusto Tacarindua, director-geral do Gabinete de Panificação, Estudos e Cooperação Internacional da AT, revelou que o Programa Nacional de Desenvolvimento Cooperativo está a promover, em todo o país, a criação de Gabinetes Estratégicos do Cooperativismo.

“Estes gabinetes são uma plataforma de comunicação permanente entre os produtores e o Governo, que, para além de dinamizarem a implementação da agenda nacional, permitirá maior celeridade e eficiência na disseminação do cooperativismo como modelo organizacional ideal e contribuirá para a mobilização dos diferentes agentes económicos assentes na informalidade para sua adesão ao cooperativismo”, disse Tacarindua referindo depois que 70% da população estão inseridos na agricultura familiar ou de subsistência.

“Durante o processo de implementação do Programa Nacional de Desenvolvimento Cooperativo notámos com grande destaque para o papel da Agricultura de subsistência e de rendimento na vida da população Moçambicana. Observámos que em Moçambique cerca de 87% da população é informal e que destes 70% estão inseridos na agricultura de subsistência, Por outro lado, Moçambique é referência na produção de milho, mapira, feijão, mandioca e arroz como principais culturas de segurança alimentar e como culturas de rendimento. Tendo presente o facto acima arrolado é evidente que uma base económica mais robusta, baseada na organização em sociedades cooperativas, poderá contribuir para a redução da inflação e dos índices de desemprego e subemprego no nosso país” explicou

Por seu turno, Nilsa Mucome, directora dos Serviços Centrais Desenvolvimento e Produção das Amêndoas, no Instituto de Amêndoas de Moçambique, olhou para conferência sobre o cooperativismo agrícola como uma oportunidade para a melhoria das cooperativas em Moçambique.

“A nossa instituição tem mais de 1.4 milhões de produtores com 1.4-5 hectares, dispersos em todo o país que produzem a cultura de macadâmia e castanha de caju. Com a experiência colhida hoje percebemos que o nosso país pode começar com pequenos nichos de organização, isto é, organização dos produtores para várias componentes de produção, por isso precisamos aprofundar mais a nível de conhecimento sobre vantagem do cooperativismo das nossas comunidades o conhecimento, massificando o conhecimento aos produtores para compreenderem vantagens comparativas e do cooperativismos. Por isso é importante que haja Estruturação, fortalecimento dos grupos e aprofundamento do conhecimento”.

Prosseguindo, Mucome referiu o uso de modelo de cooperativas modernas e técnicas actuais pode contribuir para a sustentabilidade das mesmas.

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