Crime organizado: O olhar “cúmplice” do estado, onde está a brigada anti-raptos?

OPINIÃO

Edmilson Mate

 

O crime organizado, com destaque para os raptos, continua a exibir a sua musculatura nos principais centros urbanos do país. Este lucrativo negócio que já tem teias no Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) já precipitou a saída de muitos empresários do país. Este fenômeno que acontece sob o olhar impávido das autoridades da lei e ordem levanta várias preocupações em relação à segurança pública em Moçambique e exige, de certa forma, uma resposta imediata e eficaz por parte de quem tem o dever de garantir a ordem e tranquilidade pública e não o faz.

 

Perante a impavidade dos agentes da lei e ordem, os empresários apostam na segurança privada para escaparem dos grupos do crime organizado.

 

Passam-se sensivelmente dois anos desde que o Governo prometeu trazer a sociedade moçambicana a companhia anti-aptos com vista a solucionar o fenômeno de raptos  que vem causando medo, terror, desemprego no seio da população e, sobretudo,  prejudicando o próprio desenvolvimento econômico do país, umas vez que o crime-organizado está cada vez mais ganhando espaço, embora de forma silenciosa, tanto que a maior parte dos casos de raptos ocorrem a luz do dia em locais com uma presença visível da Polícia da República de Moçambique (PRM)

 

Esta falta de intervenção da nossa polícia imprime uma má imagem diante da população, de que está ‘apadrinhar” os malfeitores, pois até o projecto da brigada anti-raptos há dois anos que não sai da gaveta, mostrando uma certa negligência e desinteresse por parte das autoridades moçambicanas de acautelar a questão do crime-organizado. Devido a este fenômeno, os empresários estão colocando Moçambique no vermelho no que concerne a novos investimentos, retirando os seus negócios para a diáspora pelo facto de Moçambique não apresentar a mínima segurança possível.

 

No ano passado foram graduados cerca de 16 mil novos agentes, em Matalana, província de Maputo, no encerramento do 43º Curso Básico da Polícia da República de Moçambique (PRM). A formação deste grupo, considerado o maior da história de Moçambique, e que segundo BR o número dos novos agentes é suficiente para garantir a ordem e tranquilidade pública nos próximos dez anos e esta segurança parece que se limita somente aos ‘camaradas”

 

É sabido por todos que os empresários desempenham um papel vital na nossa economia, porém mesmo assim, o Governo pouco consegue mostrar segurança mínima segurança possível, Embora a presença visível da PRM seja evidente em todo o país, a aparente ineficácia no combate aos sequestros ou crime-organizado tende a parecer desconcertante e isto coloca-nos algumas questões: Onde estão os sequestradores? Por que as medidas de segurança parecem não ser suficientes? E por quê a população tem de fazer o trabalho da nossa polícia?

 

No dia 20 de Janeiro houve um rapto do Sr. Mohammed Hussein, que por sinal já havia sido raptado em 2011. Este fenômeno tem sido frequente nos últimos dias e muitas das vezes a população é quem intervêm e frustra estas tentativas, assim sendo a polícia faz o trabalho da PRM

 

A segurança de empresários, trabalhadores e cidadãos em geral está em risco. As autoridades devem melhorar as suas estratégias e formas de intervenção, de forma particular polícia da República de Moçambique deve cumprir com o seu lema no verdadeiro sentido “Garantir a ordem e tranquilidade pública” este é o papel imprescindível e não o de exigir B.I na rua, proteger a população é essencial para a estabilidade e o desenvolvimento contínuo do nosso país. O Comandante-Geral Bernardino Rafael enfrenta um teste crucial de liderança, e a resposta a esse desafio determinará não apenas a segurança imediata, mas também o futuro da confiança pública na segurança nacional.

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