Moçambique prestes a sair da lista de alto risco de criminalidade financeira da UE

A União Europeia (UE) confirmou esta quarta-feira, 29 de Outubro de 2025, que Moçambique será em breve removido da sua lista de alto risco de criminalidade financeira, um reconhecimento directo dos esforços significativos do país que culminaram na recente saída da “lista cinzenta” do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI).

Em comunicado emitido pela delegação da UE em Maputo, o organismo europeu garantiu que a retirada da lista ocorrerá “assim que as etapas processuais necessárias forem concluídas”, na sequência da decisão do GAFI.

O organismo europeu felicitou o Governo moçambicano pelo cumprimento das acções definidas no plano de trabalho com o GAFI, destacando o reforço do quadro nacional de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo (BC/FT).

O embaixador da UE no país, Antonino Maggiore, sublinhou que os resultados alcançados demonstram o forte empenho de Moçambique em melhorar o seu sistema financeiro, servindo de exemplo na região.

“Na qualidade de co-presidente do Comité Nacional de Coordenação da Assistência Técnica de Moçambique, a UE elogia todas as instituições nacionais, organizações e profissionais que trabalharam arduamente para alcançar este importante resultado”, refere a nota.

A UE indicou que apoiou activamente o país no processo de remoção da “lista cinzenta”, através de programas globais, regionais e bilaterais. Um dos focos centrais foi um projeto financiado pelos seus instrumentos de Política Externa (FPI) e implementado pelo Gabinete das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Este apoio visou reforçar o quadro nacional em áreas críticas, incluindo estatísticas, propriedade beneficiária, regulamentação do sector imobiliário, casinos e jogos de azar, além da capacitação de juízes, procuradores e investigadores e o financiamento do terrorismo.

Moçambique havia entrado na “lista cinzenta” do GAFI em 22 de Outubro de 2022, devido a deficiências no seu sistema de BC/FT. A Ministra das Finanças, Carla Louveira, já tinha anunciado em Junho que o país havia cumprido as 26 acções recomendadas no plano do GAFI.